Justiça condena homem a 27 anos de prisão pela morte de sua companheira, em Manaus

O Conselho de Sentença da 2.ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus condenou Ivan Rodrigues Chagas a 27 anos de prisão e regime fechado pela morte da então esposa dele, Jesusa Torres Nakamine, morta em abril de 2018 com 18 facadas.

O julgamento dele que começou na quinta-feira da semana passada e só terminou por das volta das 20h de teça-feira. Ivan foi condenado pelo crime de homicídio qualificado e sentenciado de acordo com o art. 121, parágrafo 2.º, incisos I (motivo torpe), III (meio cruel), IV (mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e VI (contra a mulher por razões da condição de sexo feminino) todos do Código Penal.

Nos cinco dias de julgamento, foram ouvidas cinco testemunhas de acusação – ainda na quinta-feira; e as de defesa testemunharam na sexta e no sábado, de forma presencial e, também, por videoconferência.

Durante todos dias, familiares da vítima estiveram acompanhando o julgamento. No interrogatório do réu, realizado no domingo, um dos parentes de Jerusa chegou a passar mal, com problema de pressão alta, e recebeu atendimento da equipe do setor médico do Tribunal de Justiça do Amazonas, que também atendeu uma testemunha, uma jurada e o próprio réu, que apresentaram sintomas de mau-estar ao longo do julgamento.

No seu interrogatório, Ivan chorou e chegou a pedir perdão pelo que fez, afirmando que não estava em seu normal. Não respondeu as perguntas da acusação, limitando-se a atender aos questionamentos feitos por seus advogados e pela juíza. Em razão disso, o Ministério Público pediu a exibição do interrogatório do réu, realizado durante a audiência de instrução. Os trabalhos foram reiniciados nesta segunda-feira, com os debates entre acusação e defesa. Pelo MP, nesse julgamento, estavam as promotoras de Justiça Clarissa Moraes Brito e Márcia Cristina de Lima Oliveira; o advogado Aniello Aufiero atuou como assistente da acusação. Já os advogados Eguinaldo Gonçalves de Moura, Camila Alencar de Brito e Maurílio Sérgio Ferreira Costa Filho trabalharam na defesa do réu.

SOBRE O CRIME

Jerusa era empresária e foi assassinada na própria residência na rua Luanda, no conjunto Campos Eliseos, bairro Planalto. De acordo com informações do TJAM, a perícia constatou que o crime foi motivado por ciúmes e também por interesse de Ivan nos bens da vítima.

Antes de confessar o crime, Ivan tentou forjar que Jerusa havia tirado a própria vida. Na época do fato, o delegado Jeff Mac Donald, titular da DEHS, informou que Ivan entrou com um pedido liminar para ter direito de administrar a empresa no casal, J.H. Torres Nakamine, 7 dias após cometer o crime. Já em outro processo, ele pediu o reconhecimento de união estável, que lhe daria o direito imediato a todo o patrimônio de Jerusa, mas a Justiça negou os pedidos.