General Mourão defende atos golpistas e ataca eleições, Supremo e TSE

Brasil – O senador eleito pelo Rio Grande do Sul e vice de Jair Bolsonaro (PL), o general Hamilton Mourão (Republicanos), defendeu os atos golpistas, deflagrados por apoiadores do ainda presidente desde a vitória do presidente eleito Lula (PT), e ainda atacou o processo eleitoral, o Supremo Tribunal Federal (STF), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a política econômica dos governos anteriores do PT.

Em artigo publicado no Estadão desta quarta-feira (14), Mourão convocou os criminosos golpistas a manterem “acesa a chama da direita”. Além disso, passou longe de criticar as ações de vandalismo provocadas por bolsonaristas nas imediações da sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, na segunda-feira (12).

Veja alguns dos principais trechos do artigo golpista de Mourão:
“O resultado das eleições presidenciais de 2022 efervesceu ainda mais o sentimento de injustiça e indignação de uma parcela considerável da população brasileira que já contestava e questionava, sem resposta, atos exacerbados de representantes do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que extrapolam o limite de suas cadeiras, ou seja, de suas competências e atribuições constitucionais”.

“Críticas à atuação de magistrados, às instituições judiciárias e à confiabilidade das urnas eletrônicas, assim como manifestações populares pacíficas e ordeiras que contrariem esses agentes e instituições públicos, ainda que devidamente amparadas pela Constituição federal de 1988, passaram a ser consideradas criminosas e antidemocráticas, com direito a prisões arbitrárias, multas descabidas, cerceamento de liberdades individuais, quebra de sigilos bancário e telemático, operações de busca e apreensão, bloqueios de contas bancárias e de perfis em mídias sociais, censura prévia e remoção de conteúdos na internet”.

“Diante dos protestos e questionamentos não respondidos das vozes de mais de 58 milhões de brasileiros sobre o sistema eleitoral, nesta semana tivemos a diplomação dos novos presidente e vice-presidente eleitos. Assumirá a condução do Brasil um governo de esquerda que já comandou o País por 14 anos e não deu certo, tendo afogado a Nação num mar de gastança e de corrupção”.

“O clamor das manifestações a que assistimos desde a proclamação do resultado das urnas, que permaneceram sem o voto impresso e auditável, é legítimo, por mais que muitos tenham tentado classificá-lo de ‘antidemocrático’. Neste momento em que predomina o sentimento de não terem sido ouvidos e diante do cenário que já se forma, de maior gastança pelo governo que toma posse e demonstra manter as mesmas práticas de um passado fracassado, a minha mensagem aos manifestantes é para se apropriarem desta força, coragem e resiliência que provaram ter para permanecerem altivos, de cabeça erguida, firmes em suas convicções, unidos e diuturnamente vigilantes da nova condução que o País terá, das promessas e dos atos que virão. Lancem mão dos instrumentos constitucionais que garantem os direitos de uma democracia cidadã, com efetiva participação popular, e jamais se esqueçam de que soberano é o povo”.

“Usem os seus representantes eleitos no Congresso Nacional, como eu, que estarei no Senado Federal, para não apagar a chama da direita, que no passado recente não conseguia fazer uma oposição popular forte e consistente”.

Fonte: Revista Fórum