Para comandar Ministério da Saúde, Lira chantageia Lula com PEC da Transição

BRASIL – O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), travou o anúncio que o presidente diplomado, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), faria do nome da pesquisadora e atual presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, para comandar o Ministério da Saúde.

A estratégia de Lira para que a pasta fique sob seu controle envolve o apoio para aprovar a PEC da Transição, prevista para ser votada ainda nesta semana pela Câmara.

“A versão que corre na bancada do Partido dos Trabalhadores é que o anúncio foi suspenso por pressão de Lira. O deputado teria sido informado de que seu principal adversário político em Alagoas, o senador Renan Calheiros (MDB), estava cotado para assumir o Ministério da Integração”, diz a coluna do jornalista Tales Faria, no UOL.

Segundo a reportagem, Lira teria oferecido o apoio de 150 deputados do PP, do União Brasil, PSDB e Cidadania, para votar de forma favorável à aprovação da PEC da Transição, desde que a pasta fique sob seu controle. O apoio do “consórcio de deputados” somado aos dos partidos da base do futuro governo seria mais que suficiente para que a PEC seja aprovada pela Câmara.

“Integrantes da Equipe de Transição ouvidos pela coluna negam que Lula vá se render à pressão do presidente da Câmara. Mas deputados do PT estão insistindo com o futuro presidente que sem o apoio de Arthur Lira a PEC dificilmente será aprovada”, ressalta o colunista.

“A expectativa é que essas negociações, envolvendo os mais de 30 ministros que Lula pretende nomear, não devem ser fechadas antes de quinta-feira (15). Com isso, a votação tem tudo para ficar para a próxima semana. A não ser que Lula feche de imediato acordo com Arthur Lira”, finaliza a reportagem.