CPMI dos Atos Golpistas: Relatora pede quebra de sigilo telefônico de Costa Neto, presidente do PL

BRASIL – A senadora Eliziane Gama (PSD/MA), relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, pediu a quebra de sigilo telefônico de Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O pedido da relatora acontece após o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, que foi à Comissão na quinta-feira (17) prestar esclarecimentos aos deputados e senadores.

No pedido, a senadora solicitou acesso às ligações telefônicas de Costa Neto, conteúdo de conversas do WhatsApp armazenadas no Google Drive, e-mails, fotos, áudios e vídeos recebidos e enviados. O histórico de localização do aparelho celular e pesquisas na internet também foram incluídos.

Para a relatora, o acesso a esses dados possibilitará apurar as alegações feitas por Delgatti durante depoimento na CPMI. Na ocasião, o hacker garantiu ter participado de uma reunião, na sede da sigla, com a presença de Valdemar Costa Neto, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).

Depoimento do hacker

De acordo com as informações prestadas por Delgatti à CPMI, o presidente do PL esteve presente em uma reunião realizada em 2022, antes do período de campanhas eleitorais, na sede do partido, em Brasília. No encontro, o hacker afirmou que “Valdemar entrou em contato com o Duda e agendou essa reunião mais tarde com o marqueteiro da campanha, porque o Valdemar fez algumas perguntas, mas a questão era técnica, e o Valdemar acredito que não tenha um conhecimento técnico sobre isso”.

Na conversa, eles teriam tratado sobre uma possível invasão das urnas eletrônicas, com o objetivo de demonstrar à população, em apresentação que seria realizada em 7 de setembro, a fragilidade do sistema eleitoral brasileiro. Costa Neto admitiu ter ido à reunião, mas garantiu que “foi um único encontro” e “não daria bola” para as declarações do hacker.