“Foi só um gesto de jovem”, afirma pai após morte do filho, acusado injustamente de ligação com facção

Danilo Martins de Jesus, empreiteiro de obras de 33 anos, vive momentos de dor e indignação após o assassinato de seu filho, Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, na madrugada de terça-feira (17/12), na vila de Jericoacoara, no Ceará. O adolescente foi sequestrado, agredido e executado por um grupo de pelo menos sete homens, que já foram identificados, mas ainda não foram presos.

A motivação do crime está relacionada a um gesto inocente feito por Henrique em fotos publicadas nas redes sociais, nas quais ele aparece fazendo o sinal de “três dedos”. Esse gesto, associado ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e facções aliadas, teria sido interpretado como uma provocação por traficantes de uma facção rival, levando ao assassinato do jovem.

De volta a Bertioga (SP), sua cidade natal, Danilo aguarda a chegada do corpo do filho e denuncia uma tentativa de criminalização de Henrique, que vem sendo associado ao PCC. O pai nega qualquer envolvimento do adolescente com facções criminosas e afirma que o gesto era apenas uma atitude comum entre jovens de sua região.

“Estão querendo inverter a situação, como se ele fosse bandido, para abafar o caso. Meu filho não é bandido. Ele não foi a primeira nem será a última vítima dessa violência em Jericoacoara. Aqui, todo mundo faz aquele gesto, e para nós, isso não tem nada a ver com facção”, desabafou Danilo.