
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) optou, pelo segundo ano consecutivo, por não realizar atos institucionais em 31 de março, data marcada pelo golpe militar de 1964, que instaurou 21 anos de ditadura no Brasil.
Na tarde desta segunda-feira (31), Lula publicou uma mensagem no X (antigo Twitter) destacando a importância da democracia, mas sem menção direta ao golpe. O presidente não tem agenda ou pronunciamento oficial previstos sobre o tema.
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania também não promoverá eventos alusivos à data. A pasta afirmou basear suas ações na defesa da democracia e mencionou compromissos anteriores da ministra Macaé Evaristo, como o pedido de desculpas às famílias de vítimas da vala clandestina de Perus, em São Paulo.
Em 2024, a mesma pasta cancelou uma solenidade que marcaria os 60 anos do golpe, atendendo a uma orientação do Palácio do Planalto para evitar eventos sobre o tema. Na época, Lula afirmou que o golpe “fez parte da história”, mas que o povo “reconquistou o direito democrático”, destacando que os militares atuais eram crianças naquele período.
O ministro da Defesa, José Múcio, segue linha semelhante. Pesquisadores das Forças Armadas avaliam que essa abordagem busca reduzir atritos com o setor militar, especialmente após a tentativa de golpe para manter Jair Bolsonaro no poder. Em 26 de março, Bolsonaro e cinco militares se tornaram réus no STF por envolvimento na trama.
Apesar da ausência de manifestações institucionais, ministros de Lula recorreram às redes sociais para comentar a data. Rui Costa afirmou que “é preciso relembrar para não repetir”. Luiz Marinho destacou que o 31 de março reforça o quão nocivas são as ditaduras. Já Gleisi Hoffmann ressaltou a importância da memória histórica, citando o julgamento de líderes da tentativa de golpe recente, incluindo Bolsonaro.







