Escândalo do INSS leva a terceiro pedido de impeachment contra Lula na Câmara

Ainda não há consenso entre os partidos de oposição sobre apoiar os pedidos de impeachment do presidente Lula protocolados na Câmara em razão do escândalo do INSS. Embora a base bolsonarista endosse majoritariamente a medida, há divergências quanto às consequências políticas do afastamento, especialmente com a eleição presidencial marcada para o próximo ano.

Parte da ala conservadora considera mais eficaz manter o governo sob desgaste contínuo até 2026, evitando a abertura de um processo que poderia resultar na posse de Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente, às vésperas da disputa eleitoral. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, é contra o impeachment neste momento e resume a troca como “mais do mesmo”. Nos bastidores, a família Bolsonaro compartilha dessa posição, dando prioridade à pauta da anistia em detrimento do “Fora, Lula”.

Em contraponto, o líder da Oposição, deputado Zucco (PL), apoia abertamente o impeachment. A mesma posição é defendida por parlamentares como Nikolas Ferreira (PL), Marcel Van Hattem (Novo) e Carla Zambelli (PL). “Esperar até 2026 para ver o governo sangrar também faz a população sangrar”, afirma Nikolas.

Nesta quinta-feira (9), foi protocolado o terceiro pedido de impeachment contra Lula por causa do escândalo do INSS, assinado pelo deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP). Antes dele, já haviam apresentado pedidos os parlamentares Evair Vieira de Melo (PP) e Pastor Daniel (PP), deputado distrital do DF.

Pelas regras da Câmara, qualquer cidadão pode protocolar um pedido de impeachment do presidente da República por crime de responsabilidade. A decisão de aceitar ou não cabe ao presidente da Câmara. Para que o processo avance, é necessário o apoio de ao menos 342 deputados. Se aprovado, o julgamento passa ao Senado.