Virginia rebate CPI: “Nunca incentivei seguidores a perder dinheiro”

Durante depoimento à CPI das Bets nesta terça-feira (13), no Senado Federal, a influenciadora Virginia Fonseca negou que seus contratos com casas de apostas prevejam ganhos baseados em perdas de seus seguidores. Segundo ela, nunca houve cláusula nesse sentido.

– Se eu dobrasse o lucro da empresa, eu receberia 30% a mais. Era uma cláusula padrão que eu tinha em outros contratos, não só com apostas. Nunca teve nada relacionado a perdas dos meus seguidores – afirmou Virginia, ao responder a relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS).

A influenciadora também disse desconhecer as denúncias contra a Esportes da Sorte, patrocinadora de seus conteúdos e alvo de operação da Polícia Civil de Pernambuco em 2024 por suspeita de lavagem de dinheiro. Virginia disse que trabalha com apostas desde dezembro de 2022 e que segue todas as normas vigentes, incluindo alertas obrigatórios sobre os riscos do jogo e a proibição para menores.

– Sempre deixo claro que é jogo, que tem risco, que é proibido para menores e que, se a pessoa tiver vício, não deve jogar. Coloco todas as imagens exigidas pelo Conar. Nunca disse para ninguém tentar ganhar dinheiro da vida com isso. Estou dentro da lei – declarou, destacando que possui mais de 53 milhões de seguidores.

A senadora Soraya, porém, contestou as afirmações e apresentou vídeos em que, segundo ela, não aparecem os alertas obrigatórios. Virginia respondeu que o conteúdo foi produzido antes das novas regras entrarem em vigor.

Além disso, Virginia negou o uso de contas privilegiadas ou sistemas que favoreçam influenciadores na promoção de apostas. Disse utilizar as mesmas plataformas que os demais usuários.

A CPI das Bets investiga o uso de influenciadores na divulgação de jogos de azar online, além de supostas fraudes em algoritmos das plataformas. As apostas esportivas foram legalizadas no Brasil em 2018, pela Lei 13.756, e passaram a ter regulamentação integral com a Lei 14.790, em vigor desde janeiro de 2025.