Candidato único à CBF é acusado de forjar serviços médicos e causar prejuízo de R$ 1,4 milhão

O médico Samir Xaud, único candidato na eleição para a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), responde a uma ação por improbidade administrativa movida pelo Ministério Público de Roraima (MP-RR). O processo, aberto no fim de 2023, apura suspeitas de fraudes cometidas entre 2017 e 2020, durante sua gestão como diretor-geral do Hospital Geral de Roraima (HGR).

Segundo o MP, Xaud e outros seis gestores teriam forjado documentos para simular serviços médicos nunca realizados — como plantões, exames, cirurgias e uso de equipamentos — com o objetivo de justificar pagamentos irregulares à empresa Coopebras. O suposto esquema causou prejuízo estimado em R$ 1,4 milhão aos cofres públicos.

O promotor Igor Costa classificou o caso como “expediente fraudulento” e acusou os envolvidos de agirem com “evidente má-fé”. O MP pede o ressarcimento integral do valor desviado.

Apesar da ação judicial, Xaud foi eleito presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF) para o triênio 2027–2030 e conta com apoio majoritário das federações estaduais para assumir a presidência da CBF, cuja eleição está marcada para 25 de maio. A entidade está sob intervenção de Fernando Sarney desde o afastamento de Ednaldo Rodrigues, no último dia 15.

Em nota ao jornal O Estado de S. Paulo, a defesa de Xaud afirmou que não há qualquer irregularidade atribuída ao médico e que sua conduta sempre foi pautada pela legalidade. Acrescentou ainda que não há impedimento jurídico para que ele assuma cargos em entidades esportivas como a CBF.