Investigação contra Gusttavo Lima: MP requer arquivamento por ausência de indícios

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) solicitou nesta segunda-feira (25) o arquivamento da investigação contra o cantor Gusttavo Lima no âmbito da Operação Integration, que apura suposta lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais. O pedido ocorre em meio a divergências entre os promotores e a juíza responsável pelo caso, Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife.

No parecer, os cinco promotores afirmam não haver provas de crimes de lavagem de dinheiro ou associação criminosa envolvendo o cantor e o casal José André da Rocha Neto e Aislla Rocha, proprietários da empresa VaideBet. Segundo o MPPE, não existem elementos que demonstrem que os valores das transações suspeitas sejam provenientes de infração penal.

Contexto da investigação

Gusttavo Lima foi indiciado pela Polícia Civil sob suspeita de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Segundo as autoridades, ele teria negociado um avião com a empresa Esportes da Sorte, que posteriormente devolveu a aeronave alegando defeito na turbina. O avião foi então vendido aos donos da VaideBet.

No entanto, os promotores destacaram que todas as operações foram devidamente documentadas, com registros bancários que não indicam a prática de crimes. “A evidência não demonstra ocultação ou dissimulação de valores, nem dolo por parte do investigado [Gusttavo Lima]”, afirma o parecer.

O MPPE também reiterou que o caso envolvendo Gusttavo Lima e o casal Rocha deve ser transferido para o Ministério Público da Paraíba, onde estão sediadas as empresas investigadas. A juíza Andréa Calado, porém, não acatou o pedido.

Divergências entre MP e Judiciário

As tensões entre o Ministério Público e a magistrada começaram em setembro, após o início da operação. Enquanto a juíza tem adotado um posicionamento mais alinhado à Polícia Civil, os promotores destacaram que não há justa causa para ação penal contra os investigados ligados à Paraíba.

Além disso, o MPPE criticou interpretações que ampliariam a competência da 12ª Vara Criminal do Recife para abarcar casos de lavagem de dinheiro em apostas. “As regras processuais não podem sucumbir à criatividade interpretativa”, afirmou o órgão.

Próximos passos

Embora tenha solicitado o arquivamento para Gusttavo Lima e o casal Rocha, o MPPE continuará a investigação sobre Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da Esportes da Sorte. O órgão aguarda o resultado das quebras de sigilos bancário e fiscal das empresas relacionadas ao empresário antes de tomar uma decisão final.